sexta-feira, 4 de agosto de 2017

DROGAS
Eu abri a garrafa de Domus,
então, ela sentou de frente
para mim.
Até aquele momento todos
dormiam, enquanto isso,
nossas cabeças fervilhavam
de frustrações que já sabíamos
que haviam passado.
Era difícil quando a bebida
quente descia pela garganta
devolvendo, todas as palavras
que queria poder dizer,
para dentro de mim.
Enquanto ela me encarava
eu encarava a garrafa
e eles diziam:
"Lá vem você com seus poemas."
Seus olhos, duas bolas pretas
que me encaravam,
era muito mais experiente
do que eu.
Eu com vinte e cinco
ainda não era nada.
Ela já havia ultrapassado a
sétima cor de cabelo.
Saímos para comprar palheiros
e acabamos por fumar na praça.
E naquela noite não conseguiríamos
dormir pela falta de um baseado.
*
Ficou mais frio depois
que você se foi.
Os cantos do quarto
repetem suas histórias,
sempre tinha um pouco
de mim, em suas derrotas.
A cidade está deserta
outra vez.
E caminho horas
nas ruas silenciosas.
É muito bom sair para caminhar.
Cola seu nexo
no desconexo fluxo
do meu ser.
Corte todas minhas partes,
mas deixe vivo o coração.
A Tigresa está lá fora.
Ela vira o corpo
em sentido a mim e
conta a última aventura
por qual ela passou.
95% das mulheres que conheço
não sente atração por mim.
Sempre fui um bom amigo.
Digo a ela que há tempos
torcia por ela.
E por isso toda vez que
que eu andava na rua
as pessoas mudavam de calçada.
Poemas de amor também
podem falar de quando
não se é amado.
Então você traga o beck
e joga toda a fumaça no meu rosto.
Incrível como eu viajo e
você continua intrigada com
o joguinho do seu celular.
naquele dia ela chegou
e já foi logo arrumando
a cama e dizendo 
coisas enquanto arrumava
a cama.
então abri a janela pra
entender o que ela dizia.
que tudo era um inferno quando se
tratava de mim. ela dizia:
"você é um covarde."
desde 1992, quando no
hospital santo agostinho,
eu viria nascer.
eu diria a ela mais tarde que
as coisas são difíceis quando
se é um psicofrango.
ela ria.
eu agradecia por ela me suportar
por tanto tempo
mesmo quando estive longe.
as coisas quase nem sempre
eram do jeito que queríamos.
acendíamos um beck
e ela contavam sobre tudo o
que passava na tv,
enquanto em vão eu tentava
ignorar a tela.
tudo aquilo era uma terapia.
No tempo que
vivia na casa dos outros,
comendo com os outros
e esquecendo de mim.
Não corria pelos becos,
não gritava por aí.
Meu silêncio era seu.
Você tentou,
eu sabotei.
Você ficou,
eu fugi.
Os automóveis continuam
sem parar nas faixas de pedestres.
Um mosaico de cores
que vai embora junto
com o pôr do sol.
Quem é ela?
Que me encanta
com todas as cores,
que fala de outros amores
e fuma um beck
como ninguém.
Outro dia,
à vi em uma roda
passando a bola.
Pita um brau
é moleque piranha
chavosa.
Diz que tem outros desejos
quer provar outros beijos
e se me tenho em nervos,
acende um pra nós fumar.
Ela tem outros planos
talvez eu viva um engano,
tudo isso uma farsa,
esse "BUM" quando você passa.
Vou bolar outro beck
te chamar pra fechar,
quem sabe, por destino
ou simples desatino
que eu criei
pra essa rima não
quebrar.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Enquanto todos
sorriem dizendo que
todo mundo sofre.
Eu penso se realmente
choram todos os dias, 
se pedem que o que os faz
sofrer vá embora, para que
pudessem faz da vida aquilo
que os que te fazem bem
querem que passe.
Quando penso que consegui,
eu sonho, e no sonho
eu vivencio e sofro no sonho
e não fugi do que me faz sofrer.
Viver para quê?
Morrer para quê
O ideal é que tivéssemos
nunca existido.
O tempo está acabando para mim
A questão é que acabou. Eu não sinto tesão em fazer mais nada. Meu melhor momento é quando estou dormindo. Não consigo ter ânimo nem pra arrumar emprego ou me tratar, que é o que ajudaria para me manter alerta. Eu não sinto bem em aceitar qualquer que seja o cenário que me deram, seja quem colocou ali, Deus ou ninguém, não tem como disputar quando uma grande parcela é sustentada por outra. Quando sua insignificância começa pela sua família. 
Fui em todos os lugares que pude para encontrar, um objetivo, uma razão. Igrejas, templos, terreiros, psiquiatria, espiritismo. Nenhum deles mudou nada, o ceticismo, a dúvida, a raiva, a solidão. Há espaço que me complete neste mundo?
Nada mais conta, nem todas as horas de conversas com os amigos para quem confidenciei horas e horas de segredos e dúvidas, nenhum deles mudou alguma coisa. Cada vez que voltava para casa voltava a angústia e a vontade de desaparecer, sumir dessa história.
Não vejo motivos para estar bem. Vou publicar um livro? Legal, mas ele irá embora mais rápido do que como as poesias chegaram à mim, irá se acabar porque no outro dia depois do lançamento todos irão voltar pra suas vidinhas. Eu estarei só, como todas as vezes que voltei para casa. Estarei só como foram todos os dias da minha vida, até aqueles em que muitos me fizeram sorrir.
Feliz por ter uma vida? Você não sabe quantas vezes eu não tinha esperança nenhuma, quando minha única companhia era a fome, aquela que você sorrir quando recita o poema porque a analogia com a profissão de poeta é engraçada.
Queria poder ter realmente a coragem de poder enfiar minha cabeça e aguentar o nó que fiz no fio que está pendurado no meu quarto. Mas quando a pressão chega até o pescoço, o medo e a falta de coragem não me permitem que possa tirar minha vida. Eu sou inútil até chegar aí.
Eu não poderei mudar tudo amanhã. Porém aos poucos eu estou me acabando, até o dia que vocês não perceberam minha presença.
Muito obrigado a todos vocês, que são números nessa rede social.
MINHA POESIA
Eu era capaz de chegar
ao extremo.
Desde o princípio fora assim.
Ao pensar, era poeta.
Eu não escolhi esse caminho.
Eu não estudei.
Um dia, estava pronta
na minha cabeça e
fizera eu como se já
fizera isso há muito tempo.
E foi e tem sido até hoje.
Era minha criação,
meu mundo, aqui
ninguém me podia censurar.
Julgar até podia (eles faziam
às escondidas), mas
censurar jamais.
Eu vomitava cada palavra.
Eu juro, que vomitava cada
palavra daquela.
Os que liam não entendiam
e os que entendiam me
davam o silêncio como
resposta.
Era puro vômito.
Não há nada de bonito
nesta porra.
Puro sentimentalismo
barato, mal ingerido
e bem vomitado.
O trânsito afeta até
quem não tem carro.
Espera o ônibus uma hora
e o carro em 30x.

Faça check-up do seu
veículo e ganhe o alinhamento.
O alisamento.
A progressiva com a fumaça
dos carburadores.

Já não vivo versos.
Vivo por outros contos.
Decassilibei todas as minhas frases.
Mundo Drum
Drum Mundo
de Moraes lizei a poesia.
Tudo que sei li num Buk.
Alcoólatra conhecido pelos versos mancos
na poesia marginal.
Brega, como herdei do lugar que vim.

CAROL

 Você vai me dizer que eu não sei cantar. Talvez tudo tenha  que um dia se mostrar. Tua vida se encontrou com a minha, em plena  multidão, v...