sexta-feira, 4 de agosto de 2017

DROGAS
Eu abri a garrafa de Domus,
então, ela sentou de frente
para mim.
Até aquele momento todos
dormiam, enquanto isso,
nossas cabeças fervilhavam
de frustrações que já sabíamos
que haviam passado.
Era difícil quando a bebida
quente descia pela garganta
devolvendo, todas as palavras
que queria poder dizer,
para dentro de mim.
Enquanto ela me encarava
eu encarava a garrafa
e eles diziam:
"Lá vem você com seus poemas."
Seus olhos, duas bolas pretas
que me encaravam,
era muito mais experiente
do que eu.
Eu com vinte e cinco
ainda não era nada.
Ela já havia ultrapassado a
sétima cor de cabelo.
Saímos para comprar palheiros
e acabamos por fumar na praça.
E naquela noite não conseguiríamos
dormir pela falta de um baseado.

2 comentários:

CAROL

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