A questão é que acabou. Eu não sinto tesão em fazer mais nada. Meu melhor momento é quando estou dormindo. Não consigo ter ânimo nem pra arrumar emprego ou me tratar, que é o que ajudaria para me manter alerta. Eu não sinto bem em aceitar qualquer que seja o cenário que me deram, seja quem colocou ali, Deus ou ninguém, não tem como disputar quando uma grande parcela é sustentada por outra. Quando sua insignificância começa pela sua família.
Fui em todos os lugares que pude para encontrar, um objetivo, uma razão. Igrejas, templos, terreiros, psiquiatria, espiritismo. Nenhum deles mudou nada, o ceticismo, a dúvida, a raiva, a solidão. Há espaço que me complete neste mundo?
Nada mais conta, nem todas as horas de conversas com os amigos para quem confidenciei horas e horas de segredos e dúvidas, nenhum deles mudou alguma coisa. Cada vez que voltava para casa voltava a angústia e a vontade de desaparecer, sumir dessa história.
Não vejo motivos para estar bem. Vou publicar um livro? Legal, mas ele irá embora mais rápido do que como as poesias chegaram à mim, irá se acabar porque no outro dia depois do lançamento todos irão voltar pra suas vidinhas. Eu estarei só, como todas as vezes que voltei para casa. Estarei só como foram todos os dias da minha vida, até aqueles em que muitos me fizeram sorrir.
Feliz por ter uma vida? Você não sabe quantas vezes eu não tinha esperança nenhuma, quando minha única companhia era a fome, aquela que você sorrir quando recita o poema porque a analogia com a profissão de poeta é engraçada.
Queria poder ter realmente a coragem de poder enfiar minha cabeça e aguentar o nó que fiz no fio que está pendurado no meu quarto. Mas quando a pressão chega até o pescoço, o medo e a falta de coragem não me permitem que possa tirar minha vida. Eu sou inútil até chegar aí.
Eu não poderei mudar tudo amanhã. Porém aos poucos eu estou me acabando, até o dia que vocês não perceberam minha presença.
Muito obrigado a todos vocês, que são números nessa rede social.
quarta-feira, 2 de agosto de 2017
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CAROL
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* Hoje tudo é fogo e você me queima. E quando tudo virar água que você chova em mim.
Ah, a solidão... dói. E dói mais ainda quando é aquela em meio à multidão.
ResponderExcluirE as pessoas dizem que aprender a ser só é o maior dos mistérios e que se desvenda-lo serás então feliz.
Mas como dói a solidão.
A angústia, o aperto no peito, o grito apertado que ninguém escuta.
A ansiedade que toma conta, a mente inquieta que não para um segundo.
Maldita solidão. E o pior é saber que ela nunca vai embora. E que temos que aprender a ser só com serenidade...
Há 32 anos venho tentando. Até agora só aumenta minha angústia.
Mas se servir de consolo, vc não está só na solidão! Essa megera tortura a todos. A diferença é que o poeta sente com maior intensidade. O poeta vive a dor mental fisicamente.
Mas não se sinta de todo só poeta. Essa maldita solidão também tortura a minha mente!