quinta-feira, 30 de março de 2017

Depois do desejo, a ânsia.
Tudo ficou mais claro.
Disseram:
- Vinte um dias.
E o hábito estava feito.
O único problema é que já
completava anos.
Eis o beco sem saída. A Encruzilhada.
O fogo era mais forte do que eu,
mas a vontade de se queimar era intensa.
Sem salvação. Talvez.
A dúvida é uma mulher ingrata.
Quase sempre que parava era por causa dela.
Neste mundo o ódio era essencial
em um bom lutador.
O rosto da paz era cheio
de marcas
de tapas.
Precisávamos de sangue.
Questionavam nossa violência, mas
sequer se preocupavam com o quanto
apanhamos e as milhões de injúrias que
tivemos que engolir à seco.
Eu não tinha pena de matar,
eu até adorava.
Era lindo ver aqueles olhos que
antes se achavam grandes, se
humilhando diante do calibre que eu
pousava diante de suas cabeças.
Seu choro não me dava pena, ao contrário,
aumentava ainda mais o meu ódio,
a sede por sangue.
Passavam-se dias e minhas mãos
mesmo limpas, cheiravam ainda a carne
podre daqueles imbecis.
Quando questionavam meu ódio, eu respondia,
que era pelo mesmo motivo que não
colocava um pedaço sequer de quiabo
na minha boca.
Me causava náuseas aquele tipo de gente
e eu odiava vomitar.
Matava pelo simples prazer de vê-los chorar.
Eu achava tudo aquilo hilário.
E eu adorava sorrir.

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