segunda-feira, 6 de agosto de 2018

*
Lá fora o trânsito avisa
a temperatura.
O Centro está pegando 
fogo.
Depois de tanto tempo 
eu te vi mais uma vez
com um cara, que
parece ser normal.
Eu vejo em seus olhos,
que o feitiço que ele fez
o doce gosto pode te matar.
Como um ritual que há 
de se repetir para sempre.
As pessoas enchem o 
Centro e esvaziam a 
si mesmas em busca 
de algo que as satisfaça.
Quantas vezes preferimos 
tomar no cu, para não 
fazer outras merdas.
Procuro uma musa
para um poema,
mas que seja muito
além das letras.
Ainda se ouve a agonia
dos grandes poetas,
longe do grande Centro,
mesmo enquanto, todo
o resto estampa folders
e propagandas de casas noturnas da área burguesa 
da cidade.
Eram tempos que o fim
do mundo era todo dia.
Tempos em que a poesia 
não tinha palco,
não esperava por títulos.
Goiânia ainda era um Novo Mundo
e Altamira era a amada.

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