segunda-feira, 6 de agosto de 2018

O TRAUMA DO POETA*

Eu queria realmente saber
a função da minha existência
se não posso ter essa 
experiência.

Eu era apenas um garoto
quando tudo aconteceu.
Ela havia descoberto minha
paixão pela sua filha.

Escondido atrás de uma porta
eu à via rindo enquanto
contava como tudo aconteceu
e como eu era ingênuo por
ser uma criança.

E até hoje essa criança
mora aqui dentro.
E não sei mais o que fazer 
com ela.
Ela se esconde por trás da
ingenuidade e da bondade
por qual fui doutrinado.

E hoje odeio tudo isso!

Me enchi de desenhos
pelo corpo esperando
que mudasse meu jeito.
Mas o que está por dentro
ficou preso naquele momento
em que eu vi meu sentimento 
sendo ironizando, como
só sendo um idiota mesmo
para está amando alguém
no mundo.

Hoje não consigo me 
aproximar de ninguém 
sem lembrar da exposição
da rejeição que aquele momento
e das piadas e das conversas
que não ouvirei sobre
como sou ingênuo.

Então permaneço atrás
da porta esperando que
todos vão embora,
e esperando que não precise 
encará-los novamente
pelo resto da minha vida
para que ninguém se
lembre deste momento.

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