Ao mestre com carinho*
Todos nós temos lembranças de professores. Boas ou más, são lembranças que nos acompanham sempre.
Ontem estava lembrando de algumas. E posso dizer que senti muitas saudades.
Os professores não passam em nossas vidas para simplesmente ensinarmos as belezas das ciências, mas de alguma forma eles nos ensinam um exemplo de vida, ensinam também que conhecimento não deve obrigado, mas ser como um desejo que pulsa dentro de nós. Algo como querer tomar um sorvete em uma tarde quente.
Muitos até já sabem de quem vou falar e com certeza estarão relembrando os momentos que passaram com este cara magnífico. Que de tão bom que era, os seres celestiais resolveram levá-lo para morar junto com eles. O que eu, na humilde opinião, acho muito injusto, pois precisamos de seres como ele, neste mundo de aprendizagem.
Lembranças são o que não faltam quando lembramos dele. Os momentos em que mesmo não sendo responsável por nós, botava sua mão no fogo diante da diretora para nos proteger. Ensinou-nos que educar vai muito além do que as quatro paredes de uma sal de aula. Ela vai de um relacionamento professor/aluno, para um encontro de amigos. Que a intenção da educação é ensinar-nos a não sermos seres tão ignorantes ao ponto de usarmos armas em vez do diálogo para chegarmos ao bem comum.
Mas o destino é sacana, porque pessoas como Lóris vão embora logo. São muito especiais para viverem neste mundo de doentes.
Mas o que mais me deixa feliz é que aquela bandeira do time da sala que tanto queria, eu pude te entregar num dos nossos últimos encontros. Isso me deixou com a consciência limpa para encarar as lembranças sem nenhum ressentimento.
Sei que está num lugar muito legal, olhando para gente, rindo conosco, chorando conosco, mostrando que a vida continua e que devemos aproveitar da melhor forma possível para nos encontrarmos um dia novamente.
E por último, um pedido deste humilde poeta que o homenageia. Já que estás ai no céu, pede pra St. Antônio interceder por mim, porque deves saber que coração de poeta é só solidão.
Até breve, mestre.
Rafael Vaz .
*Em memória de Lóris Duarte .
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