quinta-feira, 6 de novembro de 2025

 O FIM

Passara a vida inteira
pensando em como escrever
a poesia perfeita.
Andara buscando todos
os meios.
Musas. Cotidiano. Alucinógenos.
Quando se sentiu só
mudara de cidade,
pessoas novas tão antigas.
Mesma experiência de formas
diferentes.
Novo amor. Bebida e Saudade.
Vivia em busca da poesia perfeita.
Aquela que poderia alavancar sua carreira
em duplo sentido.
A poesia do Jabuti.
Uma amizade sincera com o Marcelino
ou Sérgio Vaz.
Palestras. Lançamentos. Um pouco de bebida grátis.
Buscara sempre a poesia perfeita.
Comer várias mulheres, mas sempre
deitando-se com a mesma.
Procurara sempre a mesma em várias.
Nunca chegara a poesia perfeita.
Não falava com parentes ou pais
há um bom tempo.
Porém em seu coração carregava
amor por cada um. Aquele de não esquecer.
No fim.
O que restara foram poucas rugas
de seus pequenos 23 anos. Um calvície iniciada.
Discografia de Belchior para um flash-back,
lembranças de uma vida retirante
Mãos. Vermelho. Pôr-do-Sol.
Amor.
Último sentimento.
Última tentativa otimista,
talvez minha poesia perfeita
seja a morte.

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